Após todos estes episódios eleitorais com que os nossos politicos nos presentearam, resta apurarmos acerca da própria democracia. A sua saúde com estará!?
Muitos comentaristas, dizem que a democracia está doente, que não funciona. Não é verdade!
Há quem diga que a Democracia é a tirania da maioría. Em minha opinião, só afirma uma coisa dessas quem não é verdadeiramente democrata. Todos os politicos - ou cidadãos! - verdadeiramente democratas, sabem que quem é eleito representante dos eleitores, é representante de TODOS, pois estamos em Democracia. E mais: tanto os de direita como os de esquerda sabem que têm a responsabilidade - que todos nós lhes conferimos - de governar a Nação em nome - por isso se designa como Democracia Representativa - de todos os Cidadãos.
Não há atitude mais anti-democrática que aquele politico de Esquerda que jura vingar-se da Direita, após ter sido eleito pelo povo. O inverso também é - claro está! - anti-democrático!
Por isso, antes de mais: a democracia só pode ser vivida em pleno quando é vivida em Liberdade.
O Homem deve ser livre nas suas expressões e nos seus actos - só assim pode ser considerado um cidadão. Um cidadão é o indivíduo que vive na "cidade" - segundo a velha tradição grega - e que o Estado vê e trata em igualdade no seio de todos os outros individuos iguais perante o Estado - logo: cidadãos!
Esta consciência democrática é quase sempre observada pelos politicos eleitos para governar a Nação - uns mais do que outros, já o sabemos.
Mas - e agora terei de dar razão aos comentaristas! - essa consciência democrática não está, muitas vezes, presente no pensamento dos politicos e cidadãos a nível regional e muito menos ao nível das localidades.
A democracia local está, de facto, doente. Melhor: não é a Democracia mas sim quem a representa e quem nela vota. Desde perseguições - lembrando situações anacrónicas de um regime bolorento há muito caído (felizmente!) - a sectarismos activos de favorecimento de todos quantos são "da cor", até ideias mesquinhas para projectos bacocos.
Sim: a Democracia Local deve ser lavada e expurgada!
As corrupções e os bolores não estão no topo da pirâmide da Democracia. As bases é que são os pés de barro deste querido gigante que o 25 de Abril ofereçeu.
VIVA A LIBERDADE
O 25 de Abril gerou-se em torno de três grandes objectivos mobilizadores –
ResponderEliminarDescolonizar, Democratizar e Desenvolver.
A herança de um país mergulhado ao longo de quase meio século num regime
ditatorial, tentacular, pobre, orgulhosamente só na Europa e no Mundo, e alicerçado na
propagação do medo e das retaliações constituía um enorme e oponente óbice face às
ambições do povo português.
A guerra que o país travava nas ex-colónias esventrava gerações, com a agravante da
incompreensão e condenação da comunidade internacional.
Logo após o 25 de Abril, Portugal iniciou um trajecto inversamente proporcional,
imprimindo a sua actuação na senda da construção europeia e no relacionamento
privilegiado com a comunidade internacional, que entroncou no papel credível e
determinante que, hoje, cumpre na União Europeia.
A ajuda recebida da Europa não se resumiu à inocultável cooperação política e
económica, em que os seus expoentes máximos resultaram no apoio diplomático e nos
famigerados e vitais fundos comunitários, que têm sido fundamentais ao progresso do país,
conforme se pode atestar pela nossa região e pelo nosso município.
Desde a sua adesão à C.E.E., Portugal tem assumido um destacado papel na
construção europeia, quer enquanto país membro, como aquando da Agenda de Lisboa e do
recente Tratado de Lisboa, quer por intermédio dos magníficos contributos que os seus
cidadãos têm depositado em diferentes contextos e em importantes momentos da história.
O segundo objectivo do 25 de Abril consistia na instituição da democracia.
Era imperioso iniciar um processo de democratização. A queda do regime fascista
despertou na larga maioria dos portugueses uma vontade férrea na implementação de um
modelo de governação democrática, o que aconteceu e a bem de todos.
Todavia, o actual sistema democrático apresenta algumas debilidades, onde a
distância entre o eleito e o eleitor é cada vez mais profunda e saliente, quer pela frágil
representatividade do sistema, quer pelo inesperado e ineficaz funcionamento de algumas
instituições, alicerces da democracia.
Numa altura em que a classe política deveria fomentar a democracia qualificada,
assistimos ao desprestigiante comportamento de alguns dirigentes políticos, que confundem
o combate político com ataques vergonhosos ao carácter pessoal dos seus adversários, pois
não conseguindo vencer a representação tentam derrubar o representante.
O poder autárquico foi uma das grandes conquistas do 25 de Abril, sendo o seu papel
insubstituível na realização colectiva do desenvolvimento. Os autarcas são os primeiros
interlocutores dos cidadãos e os principais agentes de intervenção na promoção dos
interesses das populações e na resolução dos seus problemas.
A capital função que o poder autárquico desempenha, para o salutar equilíbrio do
sistema democrático, não é coincidente com alguns infelizes episódios que se têm
manifestado ao longo destes 34 anos.
De cada vez que se exerce o poder autárquico com recurso ao distanciamento, à
arrogância, à discriminação político-partidária e à achincalha estamos a aplicar um duro
golpe na democracia local.
O prestígio democrático das autarquias não se coaduna com a intolerância à diferença
de opinião e com a repressão à liberdade de voto e de expressão.
A nós, cidadãos cabe-nos zelar para que o poder autárquico continue a pautar-se pelos
valores que sempre o caracterizaram e o demarcaram, onde a tolerância e a dedicação
convivam com o desenvolvimento e o bem-estar.
Cumprir o 25 de Abril é lutar por uma sociedade de oportunidades, pela justiça social,
pela liberdade, pela pluralidade e pela igualdade.
ja alguem leu o Cm de hoje?
ResponderEliminar"Seis funcionários da Câmara de Santa Comba Dão não serão promovidos nos próximos anos, porque, segundo o presidente do município, “tiveram um comportamento indecente” na campanha eleitoral para as autárquicas.
João Lourenço, reeleito nas listas do PSD, disse ontem ao CM que os funcionários andaram antes, durante e já depois da campanha a “desrespeitar o presidente da Câmara e a boicotar os trabalhos”.
“Avisei-os de que se não mudarem de atitude terão consequências na altura da avaliação”, diz o autarca, frisando que não se trata de “nenhuma” perseguição política. “A confirmar isso está o facto de nas listas do PS terem estado outros funcionários que se portaram à altura dos acontecimentos”, salientou João Lourenço.
-Conclusão:
O edil da Santa Comba Dão é, um estropiado da vivência democrática, um desfigurador da nossa história contemporânea e, para além disso, um recalcitrante provocador.
O que se prepara é uma autêntica tropelia que só pode provocar um enorme bulício.
Quando se perde a noção de que com um gesto insano e ingrato se pode envergonhar quem votou nele, deveria levar, também, à perda de mandato, por falta de cultura democrática e um tremendo despudor pelas liberdades conquistadas em 25 de Abril de 74.
Esta a forma mais escarnecedora e abusivo de exibir um intolerável caciquismo e servir-se dos mais abjectos preconceitos para pacificar e revisitar uma Direita retrógrada, insolente, arrogante e despeitada.
Não pode haver tolerância para despautérios desta natureza, com esta dimensão e encerrando no seu âmago um significado tão perverso.
Não poderia estar mais de acordo consigo, caro amigo Manel do saco.
ResponderEliminarDando também - claro está - o meu apreço à opinião deixada pelo Misticmind, reveladora de um profundo sentido democrático e de preocupação pela cidadania.