Quando uns quantos nos falam acerca do olhar frio e calculista de Salazar é bom - para não errarmos no nosso juízo - socorrermo-nos de documentação capaz de dissipar qualquer possivel dúvida.
Para uns deus, para outros um diabo dos infernos, António O. Salazar governou Portugal com mão de ferro, por mais de quarenta anos. Conseguindo manter o país fora da Segunda Guerra Mundial, acabou por esventrar a Nação de gerações inteiras de jovens, que enviou para a Guerra Colonial, para as prisões e para fora de fronteiras portuguesas - ora para ganhar a vida com dignidade, ora para fugir às perseguições da Policia Politica (PIDE).
Equilibrou e restaurou as Finanças e o Tesouro do Estado Português. Manteve uma moeda forte no mercado....mas a que custos!
Enquanto brincava às neutralidades com os Aliados e com o Eixo (por alturas da 2ª Guerra) enviando vulfrâmio para uns e para outros - para que as bocas dos canhões de todos estivessem bem temperadas - e mandando as Sobras de Portugal para as tropas de Hitler, o povo de Portugal padecia de fome, de miséria e de analfabetismo.
"Frango era só por alturas de festa!" - dizem os mais antigos, aqueles que sentiram na pele o regime do Estado Novo. Naqueles tempos uma sardinha era dividida por dois - era a sopa que aconchegava a barriga.
Foram tempos cinzentos, aqueles!
Sempre houve pobreza e sempre houveram pobres - e mais pobres são os que são pobres de espirito.
Continuam a haver pobres em Portugal. Mas, os pobres dos dias de hoje já podem comer frango sem ser dia de festa.
Por momentos, ao iniciar a leitura do texto, pensei que se tratava da apologia do salazarismo... Mas afinal, que importa? Actualmente a pobreza grassa e cresce por todo o País... A corrupção é apontada na praça pública, e nada acontece... agora a guerrilha é urbana, e não é só por causa da tão proclamada insegurança... é também a guerrilha da competição para ter direito ao "sagrado" trabalho que nos negam...o direito a um tecto... o direito à saúde...o direito do acesso à Justiça, por mais injusta que esta seja...Agora não somos prisioneiros políticos...mas que interessa a adjectivação, estamos em prisão domiciliária, por estarmos tolhidos e atados de pés e mãos com o "status quo"... Dantes tínhamos uma luta clandestina que divisava uma luz ao fundo do túnel ..."talvez" com uma Revolução! E agora, que temos...?
ResponderEliminarOlá Sargento do Templo,
ResponderEliminarAinda não me esqueci do seu repto para "escrever qualquer coisa de jeito" :)
Gostei deste seu texto, e gostei de todos os que já li. Também sou monárquico, mas sem bigodes retorcidos e com sentido de humor.
Abraço,
Rocky
quando se encontra um texto sobre Salazar, há sempre a tendência de esmiuçar as palavras para se perceber se o autor é pro ou contra o Estado Novo. Parece ser um crime se dissermos as coisas menos más dessa época. Tenho a certeza que, agora mesmo, alguém que estiver a ler isto vai já estar a avaliar e a pensar que sou pro salazarista. Isso é estúpido.
ResponderEliminarJá chegou a hora de olharmos para as coisas de um ponto de vista histórico e imparcial. Tenho 18 anos, sou de Santa Comba Dão e parece-me absurdo que ainda hajam pessoas na minha terra (que para quem não sabe é a terra natal do ditador) que acham que Salazar foi uma mais valia, mesmo passados estes anos e podendo nós olhar para os factos com a distância adequada para perceber que não, que Salazar foi talvez a única pessoa que, "sozinha", atrasou Portugal em muitos anos e de uma maneira que ainda hoje se sente.
Bem, foi bom ler um texto que nem fazer apologia nem criticar de forma fanática, nos dá uma imagem da realidade da época.
Obrigado
Cláudia Teles
Cara Amiga, ainda bem que gostou do texto que serve de apresentação ao dossier que elaborei sobre o ditador.
ResponderEliminarE, apesar de tudo, Santa Comba Dão, também tem coisas boas.
Cumprimentos.