O DEVIR DO TEMPO

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

MENTIRAS de NATAL

Leopoldina, o Farol Mil Voltes, o Professor Bata Suja e o Dr. Cura Tudo tem mais uma aventura para "deliciar" a pequenada, e para dar dores de cabeça aos pais dos rebentos. Desta vez, a cambada habitual vai "ajudar" a Tartaruga Bébé.
É assim, sob um manto de solidariedade balofa, que as empresas de Belmiro de Azevedo vêm a público, todos os anos por altura do Natal, para mais uma campanha de amor e boa vontade. O público, por seu turno, vai nas histórias da Carochinha - perdão: da Leopoldina! - e todos os anos, por alturas da época natalícia, os Continentes e Modelos - e, logo, a Sonae - metem no sapatinho - deles! - mais uns valentes milhões de euros.
É preciso ter lata! Cada história da Leopoldina está à venda por (cerca de) 3€ e dessa quantia 1€ vai para "acções de solidariedade" - dizem eles. Que descaramento! Ainda por cima andam a fazer solidariedade à nossa custa - sim, porque (para todos os efeitos) é a Sonae que dá o dinheiro - e não os cidadãos! É aquilo a que podemos chamar lucro duplo: a Sonae sobe no ranking de implantação social da empresa, e faz lucros fabulosos à custa da boa vontade dos cidadãos! Grande negócio!!
O Sr. Belmiro de Azevedo sería, sim, um verdadeiro benemérito se doasse a totalidade da campanha - tanto da Leopoldina como a da Popota - para obras de benificiência e solidariedade social. Isso sim!: o homem podería almejar a ser o próximo português a ser canonizado - assim que fechasse a pestana, claro! E não me venham com mais histórias da Leopoldina: a sonae ganha anualmente rios de dinheiro, e a fortuna de B. Azevedo já há muito que figura nas principais publicações sobre o tema - onde nós nos podemos "babar" a ver os números astronómicos (e escandalosos!) das fortunas dos milionários do planeta. Não faria mais do que aquilo que está ao seu alcance!
Se assim fosse, o Sr. Belmiro, em vez de ajudar umas quantas (poucas) crianças por ano, podería, concerteza, ajudar muitas mais. Mas não!
O Sr. Belmiro virá, mais uma vez, gabar-se para a comunicação social da sua grande campanha solidária, as suas empresas sobem nos gráficos económicos - pois é isso que, afinal, importa - e centenas mais centenas de crianças continuarão abandonadas à sua sorte - até para o ano, no Natal.
Quem, durante o resto do ano, olha pelos pobres, pelos indigentes, por todos aqueles que não têm voz!? Se olharmos bem, a pobreza - a de espirito também! - habita mesmo ao lado.
Os simbolos e valores caíram no chão, e as quadras festivas não passam, nos dias de hoje, de meros espelhos da hipocrisía humana.