O DEVIR DO TEMPO

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Razões que a Razão Desconhece

A ideia que eu tenho de Deus - ou da Divindade - só a mim pertence, só a mim serve, cura as feridas e dá alento para continuar. Cada um de nós tem - ou não! - a sua ideia de Deus. Por isso, nunca devemos impôr ao Outro a nossa ideia de Divindade - muito menos as nossas razões, aquelas que estiveram na origem da minha própria ideia de Deus.


Mas, será bom, ainda que dentro desse princípio de diversidade, construirmos uma unicidade que nos liga, e que é para bem de todos nós enquanto Humanidade - e para que não se repitam horrores do passado, e que foram praticados em nome d'Ele. Essa unicidade é a afirmação da existência da Divindade - isso ninguém nos poderá tirar! E as coisas são assim porque estamos numa Democracia! E em Democracia devem respeitar-se, também, todos aqueles que não acreditam na Divindade, dela não tê qualquer ideia - antes, terão, possivelmente, uma não-ideia.


Por isso, que autoridade tem alguém, que não acredita na Divindade, vir para um écran de televisão alardear impropérios contra as ideias de todos aqueles que têm uma determinada ideia da Divindade?
Não que eu seja partidário de Deus estar presente na Biblia, ou de que Ele tivesse "inspirado" os escribas que a fizeram! Nada disso. A Biblia tem o seu próprio valor e vale o que vale - assim como valem o Alcorão, a Tora ou o Livro Tibetano dos Mortos. Mas, nestes livros ditos sagrados, está presente aquela que é a ideia de Deus para muitos e , assim sendo, devemos respeitar estes livros, pois representam o que de mais sagrado há para determinadas comunidades.


Meu Caro Saramago:

para sermos respeitados, devemos, primeiro, respeitar os outros.

sábado, 10 de outubro de 2009

No Principio é a Verborreia

Começo por lhes apresentar os icons que deram origem a esta terra chamada Portugal. As cores doces e etéreas da Casa de Borgonha - ostentadas no escudo de D. Henrique (pai do 1º rei de Portugal) - e a cruz dos Cavaleiros do Templo de Salomão (primeiramente chamados Pobres Cavaleiros de Cristo) - mais conhecidos como Templários - e que aqui nos é mostrada no saio e manto do último grão-mestre françês Jacques de Molay.

À cruz azul sobre fundo branco, Afonso I de Portugal acrescentou ao estandarte de sua familia as trinta moedas de Judas - e que foi bandeira do Reino de Portugal até 1146.
Os mantos templários ajudaram a nascer o reino português e foram força efectiva para que os portugueses se mantivessem independentes e suficientemente fortes face aos restantes reinos da Península e do resto da Europa durante muitos séculos.

Em 1910, a 5 de Outubro, as cores desta nação secular mudam de tonalidade - abrindo-se um período conturbado da nossa história - com episódios sanguinários e uma ditadura que prolongou durante mais de 40 anos.
Agora, ainda nem 100 anos de república se cumpriram e encontramo-nos no mesmo desnorteado cenário politico e social que Eça nos descreve por alturas do inicio da crise monárquica - que iría acabar por ditar a sua queda.


Irão, algum dia, regressar as cores ostentadas pelo estandarte de D. Henrique (o Borgonhês) para que se cumpra Portugal? Sería esta a grande e pertinente pergunta de Fernando Pessoa?