O DEVIR DO TEMPO

sábado, 10 de outubro de 2009

No Principio é a Verborreia

Começo por lhes apresentar os icons que deram origem a esta terra chamada Portugal. As cores doces e etéreas da Casa de Borgonha - ostentadas no escudo de D. Henrique (pai do 1º rei de Portugal) - e a cruz dos Cavaleiros do Templo de Salomão (primeiramente chamados Pobres Cavaleiros de Cristo) - mais conhecidos como Templários - e que aqui nos é mostrada no saio e manto do último grão-mestre françês Jacques de Molay.

À cruz azul sobre fundo branco, Afonso I de Portugal acrescentou ao estandarte de sua familia as trinta moedas de Judas - e que foi bandeira do Reino de Portugal até 1146.
Os mantos templários ajudaram a nascer o reino português e foram força efectiva para que os portugueses se mantivessem independentes e suficientemente fortes face aos restantes reinos da Península e do resto da Europa durante muitos séculos.

Em 1910, a 5 de Outubro, as cores desta nação secular mudam de tonalidade - abrindo-se um período conturbado da nossa história - com episódios sanguinários e uma ditadura que prolongou durante mais de 40 anos.
Agora, ainda nem 100 anos de república se cumpriram e encontramo-nos no mesmo desnorteado cenário politico e social que Eça nos descreve por alturas do inicio da crise monárquica - que iría acabar por ditar a sua queda.


Irão, algum dia, regressar as cores ostentadas pelo estandarte de D. Henrique (o Borgonhês) para que se cumpra Portugal? Sería esta a grande e pertinente pergunta de Fernando Pessoa?

8 comentários:

  1. 1.No caso português, entre os limites materiais das revisões constitucionais, encontra-se “a forma republicana de Governo”. Consta que alguns monárquicos sustentam a necessidade de remover esse limite, para depois se poder organizar um referendo que decida se os portugueses pretendem viver sob a égide de uma monarquia ou continuar sob uma república.

    Se dissermos isto de uma outra maneira, fica claro que, no plano dos valores democráticos, a monarquia e a república não se equivalem. De facto, numa república nós escolhemos o Chefe de Estado periodicamente, o que significa que não só podemos mudá-lo de tantos em tantos anos, como asseguramos que os vindouros o possam continuar a fazer. Numa Monarquia somos condenados a ter como Chefe de Estado uma determinada pessoa, por mero facto de nascimento no seio de uma determinada família, sem possibilidade de a remover numa consulta popular livre. Pode-nos sair na rifa um génio ou um idiota, um autoritário ou um livre pensador. Pode-nos sair na rifa alguém que esteja em consonância com as opções maioritárias do povo ou que esteja contra elas.

    ResponderEliminar
  2. Nas monarquias constitucionais do norte da Europa (países nórdicos) o rei (ou principe) é eleito pelos pares do reino (o próprio parlamento participa nessa eleição). Os regimes são totalmente democráticos. O candidato (aristocrata, claro!), depois de eleito como monarca, pode permanacer no trono até à sua morte ou abdicação voluntária em favor de outro (aristocrata) da sua confiança.
    Em caso de má governação, desaire politico, escândalo, ou coisas do género, o Monarca pode ser destituído e o ceptro do poder e o trono são-lhes retirados por plebiscito popular (consulta nacional aos cidadãos - referendo).

    ResponderEliminar
  3. Bem, eu não sei se me confesso fã da monarquia...
    A monarquia em portugal foi, por norma, tão ou mais corrupta, quando comparada com a democracia.

    ResponderEliminar
  4. Duarte Pio diz que Fernando Rosas é um “talibã-carbonário”. Percebe-se que para alguém que vive numa fantasia (um monarca sem trono), custe andar um século para frente. Mas a Corte devia explicar ao senhor que este tipo de declarações não fazem muito bem à causa monárquica.Uma coisa que me irrita é Aquilino Ribeiro ter ido para o Panteão enquanto o Buiça ficou cá fora.
    Está bem, talvez os métodos do Buiça não tivessem sido os melhores. Mas o homem não tem culpa de tudo. Não foi ele que deixou, umas décadas depois, Duarte Pio como pretendente ao trono.

    ResponderEliminar
  5. No discurso inaugural Salazar considerou que a monarquia não pode ser, por si só, a garantia da estabilidade de um regime determinado senão quando é o lógico coroamento das demais instituições do Estado e se apresenta como uma solução tão natural e apta, que não é discutida na consciência geral. comando de um só Em 23 , Marcello Caetano assinala: o comando político apoiado no snetimento e na vontade da nação, cujos anseios profundos e legítimas aspirações interpreta, exprime e realiza, esse é que é a forma que o novo tipo de Estado solicita para poder corresponder à extensão e profundidade das tarefas que os homens dele esperam … A História está a gerar novos regimes de Governo por um só, diferentes das monarquias antigas cuja estrutura social obedeceu a condições de vida muito diferentes das actuais.

    ResponderEliminar
  6. Não sei quais os valores do amigo manel do saco; mas, devemos fazer uma completa e TOTAL distinção entre Aquilino Ribeiro e Buíça - apesar dos dois estarem envolvidos na "luta" republicana que, com um assassinato hediondo, contribuíram para a queda do regime monárquico em Portugal.
    Quando as vontades são apenas dos partidos, mal vão as democracias.
    Após o crime do Terreiro do Paço, o povo viveu dias de autêntico terror e o Norte continuava fiel ao seu Rei - até ao momento em que soube, por telegrafo, que este havio sido assassinado.

    Sería o Povo de então de sentimento republicano? O que era isso da república? Porque se apresentou, na praia da Iriceira um imenso povo consternado - e impotente - com a partida de Suas Magestades para o esilio em Inglaterra?


    Se a figura do Rei era assim tão má para Portugal, porque razões foi D. Manuel II o garante para muitas causas politicas-diplomáticas, fazendo mais pela nação portuguesa do que todos aqueles que andavam cá dentro a lutar pelo poder e a tentarem matar-se uns aos outros?

    ResponderEliminar
  7. Por alguns momentos nos braços de uma duquesa!

    Será por causa de uns tipos hastearem a bandeira monárquica que deixo de ser republicano?!... Evidentemente que não! Mas não deixo de pressentir que ando fora do tempo. O tempo que vivemos é muito mais monárquico que republicano. Andamos a ser governados por barões, duques, princesas e outros que vivem em “re(g)alezas”.

    A bandeira é o símbolo representativo de uma sociedade e a monárquica é a que mais se ajusta à nossa sociedade dominante. Onde encontram presunção maior, loquacidade mais sublime, que a de um barão?!... Não será esse o título que melhor se adequa a Sócrates?!...

    Perguntem a Eça e reparem que, nas épocas de decadência, os reis e os nobres tinham sempre presente a necessidade de garantir ao povo que as suas barrigas ficavam abarrotadas a troco do apoio que lhes desse.

    De igual forma, Sócrates garante que é dele, e só dele, a felicidade dos portugueses. Até já descobriu que é vantagem o que sempre desprezou: tornou o socialismo das novas tecnologias, do TGV e das auto-estradas a rodos no maná que irá cair sobre toda a república!

    Lembram-se de quem escreveu um dia: "O patriotismo das formas de governo é o último refúgio de um imbecil"?!...

    ResponderEliminar