Começo por lhes apresentar os icons que deram origem a esta terra chamada Portugal. As cores doces e etéreas da Casa de Borgonha - ostentadas no escudo de D. Henrique (pai do 1º rei de Portugal) - e a cruz dos Cavaleiros do Templo de Salomão (primeiramente chamados Pobres Cavaleiros de Cristo) - mais conhecidos como Templários - e que aqui nos é mostrada no saio e manto do último grão-mestre françês Jacques de Molay.
À cruz azul sobre fundo branco, Afonso I de Portugal acrescentou ao estandarte de sua familia as trinta moedas de Judas - e que foi bandeira do Reino de Portugal até 1146.
Os mantos templários ajudaram a nascer o reino português e foram força efectiva para que os portugueses se mantivessem independentes e suficientemente fortes face aos restantes reinos da Península e do resto da Europa durante muitos séculos.
Em 1910, a 5 de Outubro, as cores desta nação secular mudam de tonalidade - abrindo-se um período conturbado da nossa história - com episódios sanguinários e uma ditadura que prolongou durante mais de 40 anos.
Agora, ainda nem 100 anos de república se cumpriram e encontramo-nos no mesmo desnorteado cenário politico e social que Eça nos descreve por alturas do inicio da crise monárquica - que iría acabar por ditar a sua queda.
Irão, algum dia, regressar as cores ostentadas pelo estandarte de D. Henrique (o Borgonhês) para que se cumpra Portugal? Sería esta a grande e pertinente pergunta de Fernando Pessoa?
1.No caso português, entre os limites materiais das revisões constitucionais, encontra-se “a forma republicana de Governo”. Consta que alguns monárquicos sustentam a necessidade de remover esse limite, para depois se poder organizar um referendo que decida se os portugueses pretendem viver sob a égide de uma monarquia ou continuar sob uma república.
ResponderEliminarSe dissermos isto de uma outra maneira, fica claro que, no plano dos valores democráticos, a monarquia e a república não se equivalem. De facto, numa república nós escolhemos o Chefe de Estado periodicamente, o que significa que não só podemos mudá-lo de tantos em tantos anos, como asseguramos que os vindouros o possam continuar a fazer. Numa Monarquia somos condenados a ter como Chefe de Estado uma determinada pessoa, por mero facto de nascimento no seio de uma determinada família, sem possibilidade de a remover numa consulta popular livre. Pode-nos sair na rifa um génio ou um idiota, um autoritário ou um livre pensador. Pode-nos sair na rifa alguém que esteja em consonância com as opções maioritárias do povo ou que esteja contra elas.
Nas monarquias constitucionais do norte da Europa (países nórdicos) o rei (ou principe) é eleito pelos pares do reino (o próprio parlamento participa nessa eleição). Os regimes são totalmente democráticos. O candidato (aristocrata, claro!), depois de eleito como monarca, pode permanacer no trono até à sua morte ou abdicação voluntária em favor de outro (aristocrata) da sua confiança.
ResponderEliminarEm caso de má governação, desaire politico, escândalo, ou coisas do género, o Monarca pode ser destituído e o ceptro do poder e o trono são-lhes retirados por plebiscito popular (consulta nacional aos cidadãos - referendo).
Bem, eu não sei se me confesso fã da monarquia...
ResponderEliminarA monarquia em portugal foi, por norma, tão ou mais corrupta, quando comparada com a democracia.
Duarte Pio diz que Fernando Rosas é um “talibã-carbonário”. Percebe-se que para alguém que vive numa fantasia (um monarca sem trono), custe andar um século para frente. Mas a Corte devia explicar ao senhor que este tipo de declarações não fazem muito bem à causa monárquica.Uma coisa que me irrita é Aquilino Ribeiro ter ido para o Panteão enquanto o Buiça ficou cá fora.
ResponderEliminarEstá bem, talvez os métodos do Buiça não tivessem sido os melhores. Mas o homem não tem culpa de tudo. Não foi ele que deixou, umas décadas depois, Duarte Pio como pretendente ao trono.
No discurso inaugural Salazar considerou que a monarquia não pode ser, por si só, a garantia da estabilidade de um regime determinado senão quando é o lógico coroamento das demais instituições do Estado e se apresenta como uma solução tão natural e apta, que não é discutida na consciência geral. comando de um só Em 23 , Marcello Caetano assinala: o comando político apoiado no snetimento e na vontade da nação, cujos anseios profundos e legítimas aspirações interpreta, exprime e realiza, esse é que é a forma que o novo tipo de Estado solicita para poder corresponder à extensão e profundidade das tarefas que os homens dele esperam … A História está a gerar novos regimes de Governo por um só, diferentes das monarquias antigas cuja estrutura social obedeceu a condições de vida muito diferentes das actuais.
ResponderEliminarNão sei quais os valores do amigo manel do saco; mas, devemos fazer uma completa e TOTAL distinção entre Aquilino Ribeiro e Buíça - apesar dos dois estarem envolvidos na "luta" republicana que, com um assassinato hediondo, contribuíram para a queda do regime monárquico em Portugal.
ResponderEliminarQuando as vontades são apenas dos partidos, mal vão as democracias.
Após o crime do Terreiro do Paço, o povo viveu dias de autêntico terror e o Norte continuava fiel ao seu Rei - até ao momento em que soube, por telegrafo, que este havio sido assassinado.
Sería o Povo de então de sentimento republicano? O que era isso da república? Porque se apresentou, na praia da Iriceira um imenso povo consternado - e impotente - com a partida de Suas Magestades para o esilio em Inglaterra?
Se a figura do Rei era assim tão má para Portugal, porque razões foi D. Manuel II o garante para muitas causas politicas-diplomáticas, fazendo mais pela nação portuguesa do que todos aqueles que andavam cá dentro a lutar pelo poder e a tentarem matar-se uns aos outros?
Por alguns momentos nos braços de uma duquesa!
ResponderEliminarSerá por causa de uns tipos hastearem a bandeira monárquica que deixo de ser republicano?!... Evidentemente que não! Mas não deixo de pressentir que ando fora do tempo. O tempo que vivemos é muito mais monárquico que republicano. Andamos a ser governados por barões, duques, princesas e outros que vivem em “re(g)alezas”.
A bandeira é o símbolo representativo de uma sociedade e a monárquica é a que mais se ajusta à nossa sociedade dominante. Onde encontram presunção maior, loquacidade mais sublime, que a de um barão?!... Não será esse o título que melhor se adequa a Sócrates?!...
Perguntem a Eça e reparem que, nas épocas de decadência, os reis e os nobres tinham sempre presente a necessidade de garantir ao povo que as suas barrigas ficavam abarrotadas a troco do apoio que lhes desse.
De igual forma, Sócrates garante que é dele, e só dele, a felicidade dos portugueses. Até já descobriu que é vantagem o que sempre desprezou: tornou o socialismo das novas tecnologias, do TGV e das auto-estradas a rodos no maná que irá cair sobre toda a república!
Lembram-se de quem escreveu um dia: "O patriotismo das formas de governo é o último refúgio de um imbecil"?!...
Samuel Johnson
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